terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Moscas alimentam larvas com álcool para proteger de parasita, diz estudo

Substância é tóxica para espécies de vespas que atacam moscas.Pesquisa foi publicada pela prestigiada revista 'Science'.


   Uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (21) pela prestigiada revista “Science” mostra que as moscas depositam suas larvas em locais ricos em álcool como uma forma de proteger suas crias contra um parasita.
   Existem espécies de vespas que atuam como um parasita perigoso para as moscas. A vespa fêmea coloca seus ovos dentro da larva da mosca. Quando crescem, essas larvas de vespa que estão dentro da mosca se alimentam dela. A mosca morre e as vespas se desenvolvem normalmente

Larvas de moscas em solução com e sem álcool, respectivamente à esquerda e à direita
(Foto: Todd Schlenke/AAAS/Divulgação)

   Quando as larvas de moscas têm uma alimentação rica em álcool, elas ficam protegidas dessa ameaça, porque a substância é tóxica para as vespas. As moscas, por outro lado, têm uma alta resistência ao álcool.   As moscas usadas no estudo foram as moscas-da-fruta. Como o próprio nome diz, elas se alimentam de frutas. Muitas vezes, essas frutas já estão em processo de decomposição e fermentam, o que as torna ricas em álcool.
   A equipe de Balint Kacsoh, da Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, mostrou que, em condições normais, a mosca prefere depositar as larvas em um local que forneça alimentos sem álcool, mas que isso muda em função da ameaça das vespas.
   Mesmo se houver uma vespa macho ou uma vespa não parasita por perto, a mosca escolhe os alimentos sem álcool. Para os especialistas, isso é uma evidência de que as moscas são capazes de distinguir diferentes tipos de vespas para saber quando há ou não uma ameaça para sua cria.
   Anteriormente, a mesma equipe já havia mostrado em outros estudos científicos que, uma vez infectadas, as moscas consomem quantidades exageradas como uma tentativa de matar o parasita.

FONTE: G1

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Asteroide vai passar a 27 mil quilômetros de distância da Terra nesta sexta

Corpo celeste do tamanho aproximado de uma piscina olímpica vai passar por área onde orbitam satélites e a Estação Espacial Internacional, mas não representa risco

Ilustração mostra aproximação do asteroide 2012 DA14 com a Terra

   Astrônomos de todo o mundo estarão atentos amanhã (15) à passagem do 2012 DA14, que às 17h30 poderá ser observado a apenas 27,7 mil quilômetros da crosta terrestre. Isso equivale a menos de um décimo dos 384 mil quilômetros que separam a Terra da Lua. A distância mínima será atingida quando o corpo celeste, de 130 mil toneladas, estiver na direção do Oceano Índico, perto da Ilha de Sumatra, na Indonésia, e será possível vê-lo com ajuda de instrumentos em partes da Ásia, Oceania, Europa e África.
   O visitante celestial, chamado 2012 DA14, foi descoberto no ano passado por um grupo de astrônomos amadores da Espanha. Com tamanho aproximado de uma piscina olímpica, com 46 metros de diâmetro, esta será a maior aproximação de um asteroide deste porte desde que cientistas começaram a monitorar rotineiramente os asteroides, 15 anos atrás.
   Astrônomos afirmam que não há chance de o asteroide colidir com a Terra, mas caso isto acontecesse, liberaria cerca de 2,5 megatoneladas de energia na atmosfera. “Seria algo comparável ao impacto causado por outro objeto em Tuguska na Sibéria em 1908”, disse Donald Yeomans administrador do Programa de Objetos Próximos a Terra, da Nasa. O choque na Sibéria resultou em grande devastação em uma área de 1.200 quilômetros quadrados.
   Por passar tão perto da Terra, no entanto, o 2012 DA14 entrará no Anel Geoestacionário, área em que orbitam os satélites e a Estação Espacial Internacional, que também não devem ser atingidos pelo asteroide. De acordo com Eugênio Reis, do Museu de Astronomia e Ciências Afins, a passagem não causará interferência nos meios de comunicação, pois o corpo celeste é uma rocha pequena que não emite qualquer tipo de radiação. Entretanto, as gravidades da Terra e da Lua mudarão a órbita do asteroide, que reduzirá sua translação (órbita em torno do Sol) de aproximadamente 366 dias para menos de 320, o que deixará os encontros com o planeta mais raros.
  O asteroide pode ter US$ 195 bilhões em metais e propulsores, afirmou a Deep Space Industries (DSI), empresa que pretende perfurar asteroides. Porém, a empresa afirma que a perfuração só seria possível caso ele estivesse em uma órbita diferente. Como a trajetória do asteroide 2012 DA14 é inclinada em relação à Terra, isto exigiria muita energia para persegui-lo e conseguir minerá-lo. 
  O envio de combustível, água e materiais de construção acima da órbita da Terra custa pelo menos 10 milhões dólares por tonelada, mesmo usando novos veículos de menor custo de lançamento.
"Conseguir esses suprimentos para usar em satélites de comunicações e missões presidente da DSI. "Embora o visitante desta semana não esteja indo no caminho certo para que possamos colher metais, haverá outros que são, e nós queremos estar prontos quando eles chegarem", disse Rick Tumlinson, presidente da DSI.
   Para os cientistas, o DA14 representa uma oportunidade rara, ainda que breve, para estudar um asteroide de perto. Além de tentar determinar quais minerais ele contém, o que teria um potencial interesse comercial além de científico, os astrônomos querem aprender mais sobre o ritmo de rotação do asteroide. A informação será útil para prever futuras visitas do DA14, e também para ajudar os engenheiros a desenvolver técnicas para neutralizar asteroides mais ameaçadores.
(Com informações da Agência Brasil e Reuters)

FONTE: G1

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Cientistas canadenses descobrem bactéria que 'produz' ouro

'Delftia acidovorans' é novo micro-organismo a apresentar esta função.Bactéria transforma partículas do metal em estruturas similares a pepitas.

   Cientistas da Universidade mcMaster de Hamilton, em Ontário, no Canadá, descobriram uma nova bactéria capaz de "produzir" ouro a partir de partículas minúsculas do metal e criar estruturas sólidas complexas similares a pepitas, informaram agências internacionais nesta segunda-feira (4).
    O estudo, publicado no domingo (3) na revista "Nature Chemical Biology", afirma que a bactéria Delftia acidovorans solidifica o ouro solúvel em seu exterior, quando presente em uma solução em que haja partículas do metal. O micro-organismo não metaboliza o ouro, mas o transforma em "pepita", com uma forma não-tóxica.

A bactéria 'Delftia acidovorans' (Foto: Divulgação/ Ecobiomaterial Research
 Lab/Universiti Sains Malaysia)

  A bactéria secreta uma molécula, denominada "delftibactina", capaz de fazer precipitar os íons do ouro em suspensão na água para criar estruturas sólidas, similares àquelas presentes em pepitas de ouro, demonstrou o pesquisador Nathan Magarvey, um dos autores do estudo.   O processo ocorre em apenas alguns segundos, em temperatura ambiente e em condições de acidez neutra. A "delftibactina", segundo os cientistas, supera em laboratório os produtos atualmente usados na indústria para produzir nanopartículas de ouro.
   A Delftia acidovorans é encontrada coabitando pepitas de ouro ao lado de outra bactéria que já era conhecida o ano passado por "produzir" o metal: a Cupriavidus metallidurans. Este micro-organismo acumula partículas ínfimas de ouro no seu interior para se proteger dos íons solúveis do ouro.
  Como os íons solúveis do ouro são tóxicos para a maioria dos micro-organismos, é comum encontrar membranas bacterianas na superfície de pepitas de ouro. E as bactérias parecem desempenhar importante papel no acúmulo e no depósito do ouro na origem destas pepitas.
   Se os micro-organismos precisam de certos metais para se desenvolver, como o ferro por exemplo, outros em geral são fatais para eles, como o ouro, mas também a prata, por exemplo, que por esta razão são cada vez mais utilizados por suas propriedades bactericidas.

FONTE: G1