sexta-feira, 29 de julho de 2011

"Superanticorpo" pode resultar em vacina universal contra gripe

Vacina poderia proteger as pessoas durante décadas contra todas as cepas de vírus da doença
     Cientistas encontraram um 'superanticorpo', o FI6, capaz de combater todos os vírus da gripe tipo A em humanos e animais, e a descoberta pode abrir caminho para a produção de novos tratamentos antigripais.
     Pesquisadores da Grã-Bretanha e Suíça usaram um novo método e identificaram o anticorpo em um paciente humano capaz de neutralizar os dois principais grupos de vírus da gripe A.
     A pesquisa foi realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisa Médica da Grã-Bretanha e pela empresa privada suíça Humabs, e seu resultado foi publicado nesta quinta-feira (28) na revista Science.
     É um passo preliminar, dizem os cientistas, mas crucial para o eventual desenvolvimento de uma vacina universal contra a gripe.
     Atualmente, os laboratórios precisam alterar todos os anos a composição das vacinas, de acordo com a cepa do vírus que estiver circulando - um processo caro e demorado. Já a vacina universal poderia proteger as pessoas durante décadas, ou mesmo pela vida toda, contra todas as cepas de vírus da gripe.

Subtipos de gripe
     No artigo, os pesquisadores explicaram que os anticorpos atingem uma proteína do vírus chamada hemaglutinina. Devido à sua rápida evolução, existem hoje 16 subtipos diferentes da gripe A, divididos em dois grupos. Os humanos geralmente produzem anticorpos contra um subtipo específico.
     Pesquisas anteriores já haviam localizado anticorpos que funcionam com vírus do grupo 1 e com a maioria dos vírus do grupo 2, mas não com ambos.
     A equipe usou um método que aplica a cristalografia de raios-X para examinar enormes quantidades de amostras de células do plasma humano, aumentando assim as chances de localizar o anticorpo 'universal,' mesmo sendo ele extremamente raro.
     Ao identificarem o F16, eles o injetaram em ratos e furões e descobriram que protegia também os animais contra os vírus do grupo 1 e 2.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Defeito em proteína pode ser uma das causas de infertilidade masculina


Defeito genético não é detectável por exames normais. 
Espermatozoide fica impossibilitado de alcançar o óvulo.

Espermatozoides normais são capazes dealcançar e fecundar o óvulo (Foto:Ted Tollner/UC Davis)

A infertilidade masculina pode ser causada por uma perda de proteína no esperma, de acordo com um estudo divulgado nesta semana. O defeito é genético e impede os espermatozoides de alcançarem o óvulo da mulher.

Pelo menos metade dos casos de infertilidade em casais tem suas causas no homem. Em 70% dos homens inférteis o problema não está nem na quantidade nem na qualidade dos espermatozoides.

Para fecundar um óvulo, o espermatozoide precisa evitar o sistema de defesa do organismo da mulher – para que ele não o reconheça como um “intruso” e o destrua. Passar com segurança por todo o trajeto é responsabilidade de uma proteína chamada “DEFB126”.


Imagem de espermatozóides com o defeitogenético (Foto: Ted Tollner/UC Davis

Agora, a equipe liderada por Gary Cherr, da Universidade da Califórnia em Davis, afirma que parte dos homens possui um defeito no gene que controla a produção dessa proteína e a impede de fazer seu trabalho.

De acordo com o trabalho, metade da população masculina possui ao menos uma cópia do gene com defeito; um quarto possui duas cópias. E mais: os exames normais de infertilidade não detectam o problema.

A descoberta pode render novas formas de diagnosticar e tratar a infertilidade, segundo os pesquisadores.









domingo, 24 de julho de 2011

Cientistas encontram maior quantidade de água do Universo


Registro foi feito ao redor de buraco negro a 12 bilhões de anos-luz daqui.
Volume de água é 140 trilhões de vezes o dos oceanos da Terra.


           A grande quantidade de água se encontra na forma de vapor, em volta de um quasar chamado APM 08279+5255. Um quasar é o núcleo de uma galáxia, confinado num espaço pequeno, em relação à sua massa, que abriga um buraco negro. Nesse quasar específico, há um buraco negro com 20 bilhões de vezes a massa do Sol, que produz uma quantidade de energia equivalente a um quadrilhão de vezes à da nossa estrela.
          Astrônomos descobriram a maior quantidade de água já registrada no Universo a uma distância de mais de 12 bilhões de anos-luz da Terra. A quantidade de água equivale a 140 trilhões de vezes todo o volume de água nos oceanos de nosso planeta.
Ilustração mostra como é a visão de um quasar como o APM 08279+5255 (Foto: Nasa / ESA)

           A água está em forma de vapor e ajuda a compreender a natureza do quasar. A medição desse vapor e de moléculas de outros tipos, tais como monóxido de carbono, sugerem que há gás suficiente para alimentar o buraco negro até que ele atinja seis vezes seu tamanho.
O gás liberado por esse buraco negro está numa temperatura de 53º C negativos, o que é cinco vezes mais quente que os gases soltos na Via Láctea. O vapor d’água da Via Láctea fica congelado, e também por isso a quantidade de água em nossa galáxia é 4 mil vezes menor que no quasar.
“O ambiente em volta desse quasar é muito peculiar e por isso produz essa grande massa de água”, disse Matt Bradford, pesquisador da Nasa. “É mais uma demonstração de que a água é dominante por todo o Universo, mesmo nos tempos mais primórdios”, completou.
          A pesquisa foi desenvolvida por dois grupos de astrônomos, formados por cientistas ligados a diversos institutos. A descoberta foi publicada pela revista “Astrophysical Journal Letters”.
                   FONTE:http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/07/cientistas-encontram-maior-quantidade-de-agua-do-universo.html

terça-feira, 12 de julho de 2011

Descoberta do código genético da batata permitirá criar novas variedades

Pesquisadores identificaram que tubérculo tem ao menos 39 mil genes, quase o dobro do que um ser humano



Descoberta da composição do DNA do tubérculo pode ajudar a diminuir fome no mundo (foto de arquivo)

A descoberta por um consórcio de cientistas internacional do código genético da batata abre caminho à criação de novas variedades do tubérculo mais nutritivo e resistente à doenças, publica neste domingo a revista Nature.
Os pesquisadores, reunidos no consórcio do sequenciamento do genoma da batata, identificaram que a planta, o terceiro alimento básico mais importante depois do trigo e do arroz, tem ao menos 39 mil genes, quase o dobro do que um ser humano.
A descoberta da composição do DNA do tubérculo abre as portas criação de novos tipos com propriedades concretas que poderiam ser cultivadas em áreas carentes de alimentos, sugerem os especialistas.
Eles admitem que a decodificação do código da batata não foi tarefa fácil, já que o genoma tem quatro cópias de cada um de seus 12 cromossomos - em contraste com as duas cópias do ser humano -, cada uma das quais pode apresentar variações em genes correspondentes.
Para o diretor da pesquisa britânica, Glenn Bryan, do Instituto James Hutton da Escócia, "o sequenciamento do genoma é um passo importante na compreensão da biologia da batata", o que pode "acelerar a produção de novas variedades", mediante a seleção de genes com particulares características que afetem a cor, a textura e o sabor.
O avanço científico poderia contribuir para solucionar os problemas da crise de fome nos países em desenvolvimento, além de abrir portas para a criação de novas variedades de batata, que podem ser produzidas em menos tempo do que os atuais 12 anos que se leva hoje para produzir uma nova variedade.

domingo, 10 de julho de 2011

A Flor-Cadáver

Ao invés de borboletas, ela atrai besouros e moscas



Esta é, provavelmente, a maior e mais mal-cheirosa “flor” do mundo. As aspas estão destacadas porque esta espécie, na verdade, não é uma flor, e sim uma inflorescência de centenas de pequenas plantas.
A Amorphophallus titanum, cujo nome significa “falo deformado gigante”, devido ao seu formato, também é chamada de flor-cadáver por causa do seu cheiro que lembra carne em decomposição. Afinal, os agentes polinizadores desta planta não são abelhas e borboletas e sim besouros. Ocasionalmente, moscas - ambos atraídos pelo cheiro de carniça.
Além disso, o topo do espigão da planta tem aproximadamente a temperatura do corpo humano, o que ajuda a criar a ilusão de carne. Natural da Indonésia, esta flor pode atingir quase 3 m quando totalmente aberta (o maior espécime registrado tinha 2,75 m e pertencia à Universidade de Bonn, na Alemanha).
Ela só floresce por alguns dias antes de murchar, e pode levar até 5 anos para apresentar uma nova flor. Após a fertilização, frutas vermelhas do tamanho de azeitonas aparecem no cabo. Depois disso, uma única folha cresce até se tornar uma árvore que armazena energia. Aproximadamente 4 meses antes da próxima inflorescência, quando a planta tem energia suficiente, a árvore morre e o processo começa novamente.
Alguns botânicos plantam a flor-cadáver em suas casas como um ornamento. Há de se ter muito amor às plantas para suportar o cheiro.


sexta-feira, 1 de julho de 2011

Emoções e saúde

Os vírus do grupo Herpes são neurotrópicos, isto é, possuem uma apetência particular para se dirigir às células nervosas e aí permanecer num estado latente ou de hibernação. Um dos locais predilectos do vírus é o gânglio de Gasser - situado na base do crânio, desde a têmpora até ao queixo, passando pela região das pálpebras, nariz, bochechas, lábios e maxilares. O vírus mantém-se em "sossego" no corpo celular dos neurónios deste gânglio, mas em circunstâncias de debilidade física ou psicológica do hospedeiro, o agente pode circular através do prolongamento axonal dessas células. Isto costuma acontecer em épocas de grandes preocupações e de maior tensão psíquica. Estas preocupações apesar de constituírem matéria do pensamento, são consubstanciadas em reacções eléctricas no sistema nervoso central. Este, por sua vez, gera alterações no sistema endócrino, as quais vão condicionar uma redução do estado de imunidade do indíviduo.

Adaptado de A educação dos genes, Luís Bigotte de Almeida

Mutação genética dá "vida eterna" a células cancerosas

Estudo, com participação da USP, agora quer achar um modo de reverter o mecanismo para provocar a morte natural de tumores

Imagem mostra a falta de ATRX (em marrom)no núcleo de células canceroras (em azul)

Um estudo internacional, que envolve duas pesquisadoras brasileiras, pode estar a um passo de descobrir uma nova forma de matar de forma natural células cancerosas. Eles descobriram que mutações nos genes, ATRX ou Daxx, estão envolvidas em um mecanismo molecular que mantém o comprimento do telômero – extremidade dos cromossomos – permitindo que as células cancerosas não envelheçam. Células tumorais não sobrevivem quando os seus telômeros são muito curtos. Agora os cientistas buscam encontrar uma maneira reversa para criar um novo método que induza o envelhecimento e a morte destas células cancerosas.

O estudo foi publicado na edição desta semana do periódico científico Science e tem a participação de Suely Nagahashi Marie e Sueli Oba-Shinjo, pesquisadoras do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da USP. “Temos nos dedicado à procura de novos marcadores de tumores do sistema nervoso central como novos alvos terapêuticos, especialmente para glioblastoma [tipo de câncer cerebral, comum em adultos] , por ser o mais maligno”, disse ao iG Suely Marie. Suely explica que a colaboração com o grupo, liderado pelo professor Bert Vogelstein da Universidade de Johns Hopkins, iniciou há cinco anos e está centrada na procura de marcadores para diagnóstico precoce e preventivo de câncer. Este e o terceiro artigo do grupo publicado na Science. Um quarto artigo, com os avanços da pesquisa sobre o ATRX  deve ser publicado até o fim deste ano. Uma boa contribuição das brasileiras para a pesquisa é o banco de dados de tecidos, um biorepositório de tumores do sistema nervoso central agregado a dados clínicos relevantes dos pacientes.